O Carnaval acabou, e todas as escolas de samba vão procurar corrigir os seus erros para alcançar a nota máxima no próximo ano. Com as avaliações dadas pelos jurados e divulgadas na Quarta-feira de Cinzas, as diretorias começam a se mexer pra modificar ou pelo menos apurar o desenvolvimento de cada quesito afetado no desfile que passou.
Para os donos das notas 40, e atualmente 50 – de acordo com o regulamento da Liesa, ganham os elogios até a próxima festa. Para os que foram penalizados, a corneta soa em tom de crítica, muitas vezes feroz e injusta.
De olho nas notas sem descarte dos jurados da Liga Independente das Escolas de Samba, que é quem rege o Grupo Especial, o Carnaval Interativo quis saber quem está melhor em cada um dos quesitos nos últimos cinco anos, de 2016 a 2020. E neste domingo, dia 08, continuamos a série de desempenho das notas das agremiações, desta vez será no quesito Fantasia, que avalia a uniformidade, acabamento e qualidade das peças.
O quesito Fantasia consiste em avaliar a concepção e adequação dos trajes ao enredo com objetivo de cumprir a função de representar diversas partes do conteúdo da história contada na Avenida, além de analisar o acabamento e qualidade das peças. As fantasias das composições das alegorias, da Comissão de Frente e do Mestre-Sala e Porta-Bandeira não são julgadas neste item. Na temporada analisada, a diferença da primeira para a décima colocada são de 3 pontos. Pelo menos uma escola de samba conseguiu a nota máxima de todos os jurados.
O Salgueiro assume a liderança após gabaritar com 50 pontos no desfile “O Rei Negro Do Picadeiro”. A escola adquiriu 15 notas 10, 5 notas 9,9 e 1 nota 9,8 somando 209,3 pontos no placar geral ao longo destes últimos 5 anos.
A Mangueira assume a vice-liderança do ranking com 13 notas 10, 7 notas 9,9 e 1 nota 9,7 somando 209,2 pontos no placar geral, ou seja, 0,1 décimo atrás do Salgueiro. A verde e rosa tinha a liderança isolada até em “Com Dinheiro Ou Sem Dinheiro, Eu Brinco”(enredo de 2018), porém começou a ter uma queda no rendimento em “História Pra Ninar Gente Grande”(enredo de 2019), perdendo 0,1 décimo no quesito, empatando no topo da tabela com a Portela, e em “A Verdade Vos Fará Livre”(enredo de 2020), que perdeu 0,5 décimos na apuração.
A Portela está em terceiro lugar na tabela com 209,1 pontos distribuídos em 13 notas 10, 5 notas 9,9 e 2 notas 9,8, que, apesar de ter perdido décimos importantes – até decisivos – no quesito nos últimos anos, segue firme na cola da Mangueira e do Salgueiro. O desempenho da azul e branca teve pequenas oscilações de acordo com pequenos deslizes ao longo da avaliação dada pelos jurados. A escola teve grandes êxitos em “No voo da águia, uma viagem sem fim…” e “Quem Nunca Sentiu o Corpo Arrepiar Ao Ver Esse Rio Passar” e “Na Madureira Moderníssima, Hei Sempre de Ouvir Cantar Uma Sabiá”, gabaritando o quesito nos três desfiles, porém em “De Repente de Lá pra Cá e Dirrepente de Cá pra Lá…” e “Guajupiá, Terra Sem Males” perdeu décimos decisivos que a colocaram na terceira posição.
Em quarto lugar, a Unidos da Tijuca soma 208,7 no placar geral conquistados através de 11 notas 10, 7 notas 9,9 e 3 notas 9,8 durante o período pesquisado. A escola começou bem, conquistando os 40 pontos em “Semeando Sorriso, A Tijuca Festeja o Solo Sagrado”(enredo de 2016), mas foi perdendo pequenos décimos que fizeram a diferença no total de notas.
Com 208,2 pontos, a Grande Rio se posiciona em quinto lugar no ranking das escolas que mais pontuaram no quesito. A tricolor de Caxias teve seu melhor desempenho em “Ivete Sangalo – Hoje É Dia de Ivete!”(enredo de 2017) quando ficou por 0,1 décimo de marcar os 40 pontos. Em “Tatalondirá: O Canto do Caboclo No Quilombo de Caxias”(enredo de 2020), mesmo perdendo 0,2 décimos, marca a fase de recuperação dos descontos sofridos nos anos anteriores.
Beija-Flor, São Clemente, Vila Isabel, Mocidade e União da Ilha completam o G-10 das escolas que se mantêm no Especial há pelo menos cinco anos, fecham o ranking.
Paraíso do Tuiuti, Imperatriz, Império Serrano e Viradouro não são inspecionadas no ranking, porque não estiveram em todas as edições do Grupo Especial nas últimas cinco temporadas.