O episódio de “Muita História Pra Cantar…” tem dois desfiles que vão te dar um choque de cafeína. Salgueiro 1992 e X-9 Paulistana 2000 contaram sobre o ciclo do grão amargo do progresso em Terras Tupiniquins, do pó preto que vicia. É a história do café brasileiro que deixou o Brasil e o mundo muito mais ligados.

SOBRE OS DESFILES

Em ordem cronológica, começamos com o Salgueiro, que já vinha batendo na trave pelo menos nos últimos 2 anos, e apostou na irreverência para contar sobre “O Negro Que Virou Ouro Nas Terras do Salgueiro”. O carnavalesco Mário Borriello optou por uma apresentação contando desde a vinda do grão para o Brasil até seu consumo no cotidiano.

A sexta escola da primeira noite de apresentações do Grupo Especial veio com Alegorias bem humoradas que deixaram o tema mais descontraído. Os 5 mil desfilantes passaram bastante animados embalados pelo Samba-Enredo que teve um dos refrões mais cantados naquele ano nas arquibancadas. A Evolução foi precisa do início ao fim credenciou a Vermelho e Branco no 4º lugar com 294,0 pontos.

As curiosidades ficaram por conta da estréia de Mário Borriello como carnavalesco que assumiu o carnaval da agremiação, que manteve o enredo e o desenho das fantasias assinados por Flávio Tavares, que havia se desligado meses antes do desfile acontecer. As alegorias traziam esculturas caricaturais do cartunista Stil, uma delas que resgata a memória afetiva de muitos salgueirenses (até mesmo torcedores de outras agremiações) é a escultura do Preto Velho no abre-alas, mau sabia que iniciaria uma longa jornada pelos desfiles cariocas, passando por várias escolas e em vários anos – a ponto de admiradores do carnaval chegarem a dizer que a escultura sabia vir sozinha para o Sambódromo. Foi em 92 que deu início a parceria entre Quinho e Emerson Dias – sendo que Emerson estreou no carro de som como apoio de Quinho – e hoje são os puxadores oficiais do Salgueiro.

No Carnaval de São Paulo, o café tem gosto de vitória. Em 2000, a X9-Paulistana conquistou seu segundo título com o enredo “Quem É Você, Café?”, desenvolvido pelo carnavalesco Lucas Pinto. A tricolor passou um pouco do período proposto pela LigaSP – em comemoração aos 500 anos do descobrimento do Brasil – e veio com o desfile em dois setores: contou sobre o ciclo cafeeiro entre 1730 e 1770 e se estendeu até a crise do produto em 1929.

A sexta escola a se apresentar na primeira noite de desfiles do Grupo Especial veio com um desfile correto, destaques para as fantasias criativas e luxuosas e as paradinhas ousadas da Bateria comandada pelo Mestre Adamastor. Na apuração, ficou empatada com o Vai-Vai em primeiro lugar, ambas com 199,5 pontos.

A curiosidade ficou por conta da estréia de Lucas Pinto como carnavalesco da X9 e ficou mais 6 desfiles consecutivos e retornou para a agremiação após 11 anos e consagrou-se campeão novamente, em 2017.

SAIBA MAIS SOBRE A HISTÓRIA DO CAFÉ

Para se aprofundar no universo do café, uma boa opção é começar descobrindo a sua história. O livro narra a trajetória do grão desde sua origem e descoberta no Oriente, conta como ele se espalhou pelo mundo, a chegada ao Brasil e a importância que ele teve na história e na economia do País.

Além disso, investiga o seu papel na cultura e na sociedade, mostrando como a bebida se tornou símbolo de convívio social e motivo para encontros, debates e momentos de pausa e descanso.

A autora Ana Luiza Martins é historiadora com especialização em patrimônio cultural e história do café e escreve de forma agradável e bem-humorada, proporcionando uma leitura prazerosa e aconchegante como uma caneca de café com leite.


DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here