Crivella diz que não pretende dar o repasse para o Carnaval 2020 e desfiles ficam ameaçados

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O Carnaval 2020 deverá enfrentar a maior escassez financeira dos últimos anos. Depois de cortar pela metade a subvenção das escolas de samba por dois anos consecutivos (de R$ 2 milhões para R$ 1 milhão, depois para R$ 500 mil), como já era de se esperar, o prefeito Marcelo Crivella deixou bem claro para as escolas de samba não contarem com a subvenção para a realização da festa.

A entrevista para o programa Ponto a Ponto da TV Bandeirantes que aconteceu no último dia 22 vem repercutindo entre os sambistas e principalmente entre aqueles que trabalham na produção dos desfiles de forma direta e indireta. Crivella mais uma vez compara o carnaval com um “bebê parrudo” que “não pode ficar no peito da mãe o resto da vida” e enfatiza que quem deve investir são as organizações que faturam mais com os desfiles. “O carnaval custa para o município coisa de R$ 70 milhões e quem fatura é a Liesa, que arcada R$ 80 milhões com a venda de ingressos, e a TV Globo que vende 6 cotas no total de R$ 39 milhões (cada) que da R$ 240 milhões. Eu pago a festa para a Liesa vender ingresso e Globo o patrocínio. É justo isso? Sei que o antigo prefeito (Eduardo Paes) desfilava na Avenida e gostava, eu acho até bonito, mas tem que botar o dinheiro dele e não da prefeitura”.

Desde que assumiu, Crivella vem reduzindo anualmente a subvenção para as escolas. Em 2017, o repasse era de R$ 2 milhões; em 2018 diminuiu para R$ 1 milhão e em 2019 caiu para R$ 500 mil. O patrocínio privado viria da Uber no valor de R$10 milhões, porém a empresa declinou após a prisão do presidente da Mangueira, o deputado estadual Chiquinho da Mangueira, na Operação Furna da Onça. Há poucos dias dos festejos, o aporte de R$ 15 milhões da Light foi o alívio das agremiações vindas das negociações do governador Wilson Witzel e integrantes do governo estadual. O dinheiro do patrocínio foi viabilizado por meio da Lei de Incentivo à Cultura, que permitiu à Light abater parte da dívida de ICMS com o estado.

Para 2020, o governo do estado disse que pretende fazer o mesmo. Em nota, relatou que considera a festa “uma importante expressão cultural do povo fluminense, que traz turistas e gera emprego e investimentos para o estado”.

Se o impacto do corte de verba para as agremiações do Grupo Especial e Série A é grande, o risco para as escolas que desfilam na Intendente Magalhães é maior ainda. Caso a subvenção não venha, as possibilidades de extinguir com os desfiles para as 37 escolas das séries B, C e D são reais.

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