Por: Aline Lima/Foto: Reprodução Portela

A prática do blackface tem pelo menos 200 anos no entretenimento. Acredita-se que tenha se iniciado por volta de 1830 em Nova York por atores brancos usavam tinta e carvão para pintar os rostos de preto em espetáculos humorísticos, se comportando de forma exagerada e ridicularizada, estereotipando pessoas negras para associados às piadas e aspectos negativos.

Isso surgiu numa época em que os negros não tinham direito a subir nos palcos e atuar, por causa da cor da pele. Mesmo quando os papéis precisavam de atores negros, eram frequentemente desempenhados por atores brancos usando blackface, ou seja, com a pele tingida.

Aqui no Brasil, além do entretenimento nas peças de teatro, filmes, programas humorísticos e novelas, vemos no Carnaval, tanto nas ruas como nas Passarelas do Samba. O caso se torna mais ofensivo quando se usa deste mecanismo na festa originária da cultura popular negra, mostrando o quanto o racismo ainda está enraizado na sociedade.

O caso mais recente ocorreu nesta sexta-feira, dia 18, após a divulgação de seis fantasias de alas comerciais para o Carnaval 2023 da Portela. Com o título de “Macunaíma”, inúmeros internautas observaram a antiga prática, manifestaram descontentamento e pediram para a diretoria modificar a indumentária. Até o momento, a agremiação não se manifestou sobre o assunto.

A azul e branca de Oswaldo Cruz e Madureira falará do seu centenário, através do enredo “O azul que vem do infinito”, do casal de carnavalescos Márcia e Renato Lage.

Muitos acreditam que várias pessoas que praticaram blackface não tiveram a intenção de ofender ou de serem racistas. Mas dizer, em pleno século 21, que o fato de desconhecer a dolorosa e vergonhosa história do blackface não pode ser mais usado como desculpa.

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