Autor: Equipe Carnaval Interativo
Foto: João Gabriel | Riotur

A segunda e última noite de desfiles da Série Ouro levou neste sábado, dia 18, oito escolas à Marquês de Sapucaí: União de Jacarepaguá, Unidos da Ponte, Unidos de Bangu, Em Cima da Hora, Porto da Pedra, União da Ilha, Império da Tijuca e Inocentes de Belford Roxo. Porto da Pedra, União da Ilha e Unidos de Bangu foram as que se destacaram das demais para garantir o acesso ao Grupo Especial.

De todas as 15 agremiações que compõe a Série Ouro, a Unidos do Porto da Pedra foi a que cometeu menos falhas e teve um samba que empolgou mais o público.

União de Jacarepaguá

A escola abre o segundo dia de desfile transmitindo vibração e energia. Os componentes estão comprometidos com o canto e a totalidade do samba, demonstram interesse para sustentar a tenacidade do canto. Destaque para a ala das baianas que sustenta o canto evoluindo com desenvoltura. O chão da escola apresenta algumas irregularidades no andamento da evolução, mas os componentes se empenham para manter o canto e a dança. As alas posteriores à bateria não sustentam o canto e a evolução com o mesmo empenho das anteriores.

Unidos da Ponte

A Unidos da Ponte fez um desfile surpreendente, com o samba rendendo mais do que se esperava e a bateria com performance coreográfica que sempre empolga a arquibancada. Mas é impossível não lamentar a ausência da ala de passistas, impedida de entrar pela falta de fantasia, não entregue a tempo. Decisão a lamentar: uma escola de samba sem samba no pé, é triste. No desfile de ontem, a Estácio de Sá teve coragem ao não privar seus passistas de desfilarem sem fantasia. Pode ser penalizada, mas não privou seus melhores bailarinos de celebrar com o resto da escola, por algo de que não tinham culpa.

Unidos de Bangu

O enredo contou a história do quinto alafim (rei) no Império de Oyó, filho de Ajacá, neto de Oraniã e sobrinho de Xangô. Representação máxima do poder de Olurum. No Brasil, o orixá carrega algumas características de Xangô e representa tudo que é explosivo, que não tem controle — ele é a personificação dos vulcões.

O abre-alas, com uma grande representação de Xangô, chamava a atenção pela imponência – era um dos maiores carros alegóricos da Série A até o momento. O carro, teve problemas na hora da montagem, mas o resultado compensou. A agremiação também trouxe efeitos pirotécnicos na comissão de frente que levantaram o público, assim como sua coreografia.

Os componentes demonstram interesse no canto aproveitando o ritmo do samba para desenvolver o canto com empolgação, musicalidade e segurança. O canto tem força e vibração. A evolução da ala das baianas flui com leveza e várias delas cantam com segurança demonstrando domínio e independência entre canto e movimento. A evolução entre as alas apresenta oscilação e irregularidade no andamento, demonstrando alguns momentos de aceleração na dança e nos movimentos para acompanhar e manter o desfile, principalmente nas alas que antecedem os carros. Ainda assim, um desfile vibrante.

Em Cima da Hora

Com um enredo excelente e original, a escola de Cavalcante apresentou as imperfeições que caracterizam as agremiações de seu porte: fantasias incompletas e carros com acabamento precário. O importante é que deem seu recado com entrega e paixão.

Porto da Pedra

O Tigre de São Gonçalo foi a escola que mais levantou o público na segunda noite de desfiles da Série Ouro. Para melhorar ainda mais sua situação, a agremiação passou pela avenida sem problemas.

A escola trouxe um enredo baseado no livro “A Jangada: 800 léguas pelo Amazonas”, promovendo uma aventura do escritor francês Júlio Verne – pai da ficção científica e de fantasia. Pelas mãos da Unidos do Porto da Pedra, o escritor fez uma viagem pela Amazônia.

Alegorias como o abre-alas, que representava a jangada de Verne com elementos retrô e futuristas chamaram a atenção.

A comissão de frente com uma imersão de componentes na alegoria, que representava a mãe natureza chorando sangue, também foi aplaudida. Vários momentos do desfile traziam uma mensagem ambientalista, pela preservação da Amazônia.

União da Ilha

A escola fez uma homenagem à sua escola madrinha, a Portela, que completa 100 anos – lembrando também que a própria Ilha faz 70 anos este ano. O desfile promoveu, então, um “encontro das águias”.

Logo de cara, a agremiação já deu o tom de emoção no desfile ao trazer Tia Surica, um ícone portelense, na alegoria de sua comissão de frente.

O carro abre-alas trazia componentes das duas escolas, como a águia da Portela, com máscaras e símbolos carnavalescos clássicos nas cores da Ilha.

Ao longo do desfile, alegorias e fantasias luxuosas se misturavam com soluções bonitas e simples para homenagear portelenses históricos, como Monarco e Tia Dodô. A bateria também fazia referências ritmicas às duas escolas.

A escola, entretanto, teve alguns problemas de acabamento em algumas fantasias, como ala sem chapéu, e tripé da comissão de frente com forro rasgado – erros que a Porto da Pedra não cometeu.

Império da Tijuca

O Império da Tijuca tem o peso de uma escola tradicional e isso é sem dúvida um trunfo. Mas fica a um passo do peso excessivo que não conquista o torcedor contemporâneo. Além disso, foi possível entrever traços de carência de recursos bravamente escondidas pela elegância da escola, à exceção do presidente Tê, que parece ter perdido o cuidado com a aparência que o cargo exige.

Inocentes de Belford Roxo

Na ingrata situação de encerrar um desfile que se prolongou excessivamente, a Inocentes desfila para arquibancadas vazias, o que é sempre triste. O enredo é lindo, mas as circunstâncias não ajudaram a tornar o desfile interessante.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here