As seis escolas de samba que mais pontuaram no Carnaval 2020 irão desfilar novamente neste sábado, dia 29, na Marquês de Sapucaí a partir das 21h30. A ordem de apresentação será inversa à colocação na apuração: Mangueira, Salgueiro, Beija-Flor, Mocidade, Grande Rio e Viradouro.

Feminismo, tolerância religiosa, combate ao racismo e luta contra a homofobia… As pautas afirmativas levadas à Sapucaí triunfaram no carnaval, seguindo um caminho já trilhado em 2018 e 2019. Dos 13 desfiles do Grupo Especial, 11 escolas escolheram enredos engajados para este ano. Nas seis escolas que voltam à Passarela no Desfile das Campeãs, cinco traduziam em alegorias e fantasias mensagens sobre temas que estão em ebulição nos debates atuais, refletidos também na folia das ruas.

Mangueira

A primeira da noite apresenta o enredo A Verdade vos Fará Livre, com aspectos da vida que Jesus sofreria se tivesse nascido no Brasil de hoje. O desfile figurou um Jesus mulher e outro negro, com sua biografia como se tivesse nascido em uma comunidade carioca.

Salgueiro

A segunda apresentação da noite fica por conta do Acadêmicos do Salgueiro que traz o enredo O Rei Negro do Picadeiro, em homenagem à Benjamin Oliveira – o primeiro palhaço negro da história do Brasil. Além da saudação ao multiartista que fugiu com o circo aos 12 anos para viver de arte, o Salgueiro faz reverência aos artistas negros da atualidade.

Beija-Flor de Nilópolis

A terceira apresentação da noite fica por conta da Beija-Flor de Nilópolis com o enredo Se Essa Rua Fosse Minha , que falou sobre os caminhos da humanidade em busca do desenvolvimento e também mostrou uma ode aos quatro dias de folia – os quais o carioca sabe aproveitar.

Mocidade Independente de Padre Miguel

A antepenúltima escola a desfilar será a Mocidade Independente de Padre Miguel com o enredo Elza Deusa Soares, em homenagem à cantora Elza Soares, de 89 anos, que tem uma ligação com a agremiação. O enredo abordou a origem da artista, filha de um funcionário da Fábrica de Tecidos Bangu. Mostrou também os trens da Central do Brasil, onde ajudava a mãe, e o cenário do programa Ary Barroso, onde começou sua carreira. A escola deu espaço para os dramas da vida da estrela, desde a perda dos dois filhos e do primeiro marido antes dos 21 anos até sua relação com o jogador Mané Garrincha. Elza foi tratada pela Mocidade como um símbolo da resistência negra e feminina. 

Grande Rio

A penúltima da noite vem com o enredo Tata Londirá – O Canto do Caboclo no Quilombo de Caxias, que fala contra a intolerância religiosa e faz homenagem a Joãozinho da Goméia, o baiano dançarino conhecido como o Rei do Candomblé, fixou seu terreiro em Caxias, um dos mais respeitados na cultura de origem africana. Lá recebeu até políticos e lutava contra a intolerância religiosa.

Unidos da Viradouro

A última apresentação da noite fica por conta da campeã, Unidos do Viradouro que falou no enredo De Alma Lavada, sobre a vida das ganhadeiras de Itapuã, mulheres escravizadas até o final do século XIX e símbolo de resistência, um ode à cultura popular baiana e o poder feminino.

Imagens: Riotur

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