A Imperatriz Leopoldinense desfilará no próximo Carnaval sem a presença de uma das figuras mais emblemáticas de sua história. Com a partida Luiz Pacheco Drumond na manhã desta quarta-feira, dia 1º, vítima de um AVC, o mundo do samba lamenta a morte de uma das pessoas que revolucionou o desfile da escola de samba da Zona da Leopoldina.

Personalidades da festa, que passaram pela escola e conviveram com o dirigente como os Mestres-Sala Phelipe Lemos e Thiaguinho Mendonça, as rainhas de Bateria Luiza Brunet e Flávia Lyra usaram suas redes sociais para agradecer e prestar a última homenagem à Luizinho.

Em entrevista ao Jornal Extra, o compositor Zé Katimba se lembra, emocionado, quando a escola foi fundada em 1959 em Ramos e que, na busca por um local para se construir a quadra, acharam um terreno tão lamadiço que uma das paredes chegou a ceder. Além disso, os donos do terreno entraram na justiça e pediram o espaço depois que a agremiação já estava ali há dez anos.

— Foi neste momento que eu fui procurar o Luizinho junto com o diretor Zezé Porto. Ele nos recebeu, comprou o terreno e fez uma obra grande de fundação porque ali é praticamente um manguezal. Se ele não compra, a escola tinha acabado ali. Não tem dinheiro que pague isso e a tristeza é muito grande. Ele tem a minha eterna gratidão — disse Zé Katimba.

Diretor de carnaval da Imperatriz, Wagner Araújo se lembra da relação amistosa de 32 anos que teve com o patrono da escola:

— A nossa relação não era uma coisa de patrão e empregado, mas de amizade mesmo. Até mesmo quando ele não concordava das minhas decisões, ele não me atropelava. Foram poucas as vezes que tivemos alguma divergência, inclusive, quando ele foi obrigado a se afastar da escola na década de 1990. A presidência dele de 1999 a 2001 foi o melhor período da escola.

Imperatriz Leopoldinense ganha Estandarte de Ouro de melhor escola da Série A em 2020; veja imagens Presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Castanheira ressaltou a convivência de quase 40 anos com Luizinho e ressaltou que esta é uma perda irreparável para o mundo carnavalesco:

— A gente fica até meio sem palavras para falar de uma pessoa de tamanha importância para o carnaval e para Liesa, um sócio grande benemérito que foi presidente de 1999 até 2001. Era um grande conselheiro. Sempre ajudou o carnaval e ajudava não só a Imperatriz como outras escolas porque ele foi Império antes de ser Imperatriz. Todo mundo que batia a porta dele, ele ajudava.

A carnavalesca Rosa Magalhães, que era próxima da família de Luizinho e também foi da escola durante a gestão de Luizinho, afirmou que ele, ultimamente, estava muito preocupado como seria o próximo carnaval neste momento em que a cidade enfrenta a Covid-19. Para ela, a preocupação com o próximo era uma de suas maiores qualidades:

— Aquela foi uma época muito boa na minha vida e a Imperatriz se sobressaía muito sob a batuta dele. Ele queria que tudo saísse o melhor possível e ele gostava muito de carnaval. Acho que presidente de escola de samba tem que ser assim mesmo.



Segue abaixo as demais manifestações de solidariedade:

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