Domingo, 19 de janeiro de 2020. Data em que celebramos o Dia Mundial do Passista, criado por Valci Pelé, após a Lei de número 4462, ser promulgada em 10 de janeiro de 2007 pelo então vereador José Carlos Rego. Jornalista e um devoto a entender, de fato, a arte do samba no pé.

Mais do que um segmento. É amor, é raça, é dedicação, é suor, é alegria, é entrega, é raiz. No carnaval, a ala de passistas é a verdadeira representação do samba no pé. Esqueça a imagem estereotipada de mulheres com corpos esculturais e biquínis minúsculos que dançam ao samba da melodia. Para além de belos sorrisos, maquiagens perfeitas, requebrados, passos perfeitos, há diversas histórias, lutas, independência, superação, força e resistência.

Hoje o Carnaval Interativo pede licença e te convida para conhecer narrativas de mulheres que riscaram o chão da avenida, e fizeram história no carnaval carioca.

Lá vai Maria, Lá vai Maria…


Foto: Reprodução da Internet

Maria Lata D’água, como próprio nome já diz, todo desfile da azul e branco da Portela era o mesmo ritual. Segundo a história, a passista vinha a público com uma lata de matal de 20 litros, vazia. Um homem também entrava na avenida com outras latas, cheias d’água e assim enchia a de Maria, deixando apenas um espacinho de quatro dedos. Depois de cheia, ela pegava a lata, colocava novamente sob a cabeça e passava a dar alguns passos, como um teste de equilíbrio, na sequência, saia sambando avenida adentro.

Maria Mercedes Chaves também inspirou a música “Lata D’água”, além de se consagrar grande estrela do Carnaval Carioca, dançou em palcos pela Europa e se tornou ícone da comunidade católica carismática Canção Nova, lançando uma autobiografia de sua história.

Paula do Salgueiro


Foto: Reprodução da Internet

Conhecida como Paula do Salgueiro, Paula da Silva Campos, marcou a geração em que as agremiações traziam da própria quadra, a maior atração feminina: a passista. Talvez Paula tenha sido a maior das passistas, a mais famosa. Passou a encantar o público em uma escola de Niterói, a Combinado do Amor, nos anos 40. Como conta a história, na década seguinte, um diretor puxou-a para o interior do Salgueiro, enquanto ela assistia a exibição do Salgueiro na Praça Saenz Peña.

Paula também foi responsável pelo surgimento do termo passista com todo seu molejo que conquistou o país de forma avassaladora, necessitando assim um nome para batizar a dança da salgueirense.

Pinah, a Cinderela Negra do Samba


Foto: Reprodução da Internet

Modela nas horas vagas e contadora. Era assim que Maria da Penha Ferreira Ayoub que se apresentava, brilhando como Rainha da Escola de Samba Beija Flor nos anos 70. Em 1978, o seu maior destaque chegou.

Solteiro, o príncipe Charles veio visitar o Brasil e curtir o carnaval, quando se apaixonou pela passista. Nos registros mais famosos da época, ambos trocavam passos de samba juntos, como grandes amigos, assim a bela ficou conhecida como a Cinderela Negra. Em 1989, Pinah marcou sua despedida na Avenida, embalada sob o histórico enredo “Ratos e Urubus, larguem minha fantasia”.

Adele Fátima

Foto: Reprodução da Internet

Filha de um alemão com uma carioca, Adele Fátima nasceu e foi criada na Urca, no Rio de Janeiro. Ficou conhecida como a garota propaganda da Sardinha 88, nos anos 70. No samba, participou do show de mulatas de Oswaldo Sargentelli e ficou conhecida na verde e branco de Padre Miguel, onde começou em 1974.

Sete anos mais tarde, inspirou Oscar Niemeyer com suas curvas desfilando à frente da bateria da Independente. Considerada por muitos a primeira rainha de bateria da Marquês de Sapucaí, contrariando as versões que dão o título à Monique Evans, a sucessora. Em 1984, Adele se despediu da escola.

Nilce Fran


Foto: Agência O Globo

Quando falamos da última década, é impossível não falar sobre Nilce Fran. Portelense desde os 10 anos de idade, já foi porta-bandeira mirim, passista e chegou ao sagrado posto de rainha de bateria. Hoje, é elogiada por coordenar alas de passistas premiadas do carnaval carioca.

Nice foi consagrada e renomada pela elegância e, principalmente habilidade, tornando-se grande referência.

(Texto: Caroline Ferreira / Imagem Capa:Agência O Globo)


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