A segunda escola a tomar conta da passarela do samba foi a Tom Maior, com o enredo “É coisa de Preto”. Mais do que uma afirmação, a agremiação mostrou a contribuição do povo negro na formação da nação, muito além dos estereótipos.

Com a proposta de dar visibilidade aos personagens que o preconceito – ainda hoje – insiste em apagar, a escola trouxe líderes, estudiosos, escritores, poetas, artistas populares e transgressores sociais para o Anhembi, como forma de inspirar uma nova geração, ainda mais consciente.

O primeiro setor teve como foco a chegada do negro no Brasil, não apenas como um escravo, mas como portador de uma bagagem cultural, capaz de somar na formação da identidade brasileira.

Enquanto isso, a segunda parte apresentou outras formas de reconhecimento do talento negro, não apenas aos espetáculos e artes populares, fortemente relacionada pelo senso comum. Entre os nomes, Ruth de Souza, Grande Otelo, Aracy de Almeida, Cartola, Ivone Lara, entre outros.

Na sequência, a exposição da contribuição negra, fugindo do óbvio, ou seja, literatura, poesia, artistas e intelectuais e seus maiores expoentes. Destaques para Chiquinha Gonzaga, Carolina Maria de Jesus, João do Vale, Sérgio Vaz, Lima Barreto e assim por diante.

Tia Ciata, Marielle Franco, Djamila Ribeiro, Abdias do Nascimento também ganharam visibilidade no desfile. Os transgressores sociais negros foram lembrados, cada um ao seu modo e diante do momento histórico, influenciando na sociedade brasileira com revoluções, rupturas e mudanças.

O último setor, foi resumido aos personagens políticos brasileiros, com atuação na independência, conquistas do povo negro e abolição da escravatura, como André Rebouças, Antonieta de Barros, Maria Felipa e Joaquim Barbosa.

(Texto/Fotos: Caroline Ferreira)


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